Não acredite em amores que se vão,
que esmaecem, que findam, que nunca mais são...
Isso nem de longe é amor, ou coisa que o valha!
Chegou de mansinho, mandando flores, até... como quem tenta se convencer de que é alguém digno de confiança. A confiança, essa já fora quebrada há anos e não havia mesmo jeito de atá-la novamente. Impossível.
Mandou vinte e-mails, escreveu comentários no blogue, ligou na casa dos antigos amigos em comum, tudo em busca de uma pista, sequer... em vão! Apareceu na antiga casa dela, falou com o vizinho (que já era mais o mesmo da época em que eles namoraram) que não pode ajudar: nunca ouvira falar dessa menina.
Mandou mais e-mails, insistiu...quem sabe ela respondesse? Nada.
Sentou no lugar de outrora, já não havia mais brilho nem esperança... Acendeu um cigarro, pela primeira vez na vida, e se sentiu melhor. Depois tossiu, discretamente, mas tossiu...pigarreou, melhor dizendo. Abriu o caderno de anotações que trazia no bolso, tentou lembrar-se de alguém pra quem pudesse ligar, ao menos alguém saberia dizer onde encontrar aquela que supunha ser a mulher da sua vida...nada!
Voltou pro hotel onde estava hospedado. Arrumou as malas. Pagou a conta na recepção e chamou o táxi. Foi pro aeroporto, comprou a passagem e esperou o avião por uma hora.
Chorou bastante. Sentiu raiva de si mesmo. "se não tivesse sido tão burro..." e milhões de outros "se" lhe engarrafaram a mente.
Ao embarcar, lembrou que na última página do velho caderninho havia um número que não havia ligado...quem sabe nesse, pensou...Última tentativa, ligou do celular mesmo, ávido, ansiedade espalhada por todo o corpo. Nada. Ninguém atendeu.
Embarcou com destino ao país distante de onde viera...
Tarde demais: Perdera o amor da sua vida!
Desembarcou. Fazia um frio causticante na sua terra natal.
No aeroporto, com flores na mão e uma garrafa de vinho tinto, o esperavam a esposa e os dois filhos. Finalmente o papai voltara da viagem de negócios que o levara por um mês inteiro àquele país distante cujo nome eles nem sabiam pronunciar direito...
4 comentários:
E se amores vem e vão; E nem por isso não são?
Amores vêm e vão, sim, caro Fabio! Acredito que por falta de nome outro que o designe, também são chamados assim: amor!
Neste relato, porém, falo do Amor que jamais acaba, evocando as palavras do Apóstolo...esse, decerto, não vai, fica.
As interpretações abundam, isso é literatura.
Obrigada pela visita, volte sempre, a casa é sua!
Amiga,
Grande conto. Pela omissão voluntária dos personagens me parce ser real ou parecido com alguma realidade (as nossas imaginações literárias têm sempre um ponto de partida real). Acho que deves a este lindo conto mais palavras e quiça até páginas... Beijo
Saudações, caro Lu!
Saudades de ti!
Sim, confesso, tem um ponto de partida bem real...bem real, eu diria! rsrsrs...Há pessoas que acreditam piamente que podem enganar a mesma pessoa pro resto da vida. Acontece que as pessoas não são nunca as mesmas, estamos em constante mudança, o tempo todo...Há alguns que parecem não entender isso, o que é uma pena!
Um abraço grande, quem sabe ainda lês aqui uma parte 2?
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