O sol se pôs lentamente;
Parecia se dissipar nas nuvens negras da poluição do lugar sem querer ser notado,
Parecia não querer incomodar...
As músicas na rádio lembravam uma tarde de verão no litoral:
Quentes, alegres, brasileiramente populares
O cheiro de chão quente, asfalto em combustão, lembrava dias de extremo calor...
Mas era inverno. E inverno paulistano.
O sol se pôs lentamente.
(Ou quem sabe em ritmo normal, e eu não o percebi? Talvez...)
O certo é que visitara a província dos homens que trabalham como se fora um convidado ilustre
E conferiu àquela tarde um tom de verão carioca.
O sono coletivo da casa,
O balançar de ondas que distam mais de cinco centenas de quilômetros,
O cheiro de coisas prestes a acontecer,
A sensação de que tudo vai dar certo...
Traços típicos de uma tarde de verão no litoral...
Mas era inverno. E inverno paulistano.
Ao cair do dia,
Noticias do radar da CBN: quilométricos congestionamentos, metrôs lotados, e muita gente de volta aos lares...
Uma garoa fininha a escorrer pela mesma janela que outrora abrigara os raios do sol,
Umidade relativa do ar baixíssima, e a tosse seca, problemas respiratórios, e a tristeza, e o frio... e que frio...
A tarde se foi. Era mesmo noite de inverno. E inverno paulistano.
Nenhum comentário:
Postar um comentário